Salvador, Bahia
M PASTINHA FALECEU
13 de novembro 1981
«Essa foto [primeira abaixo] é do, infelizmente, último dia de vida dêle... Êle insistiu para que eu postasse a câmera em cima do carro, no "automático", para que eu pudesse "sair" na foto juntamente com êle!
O M Curió está lá atrás, no banco, sentado... O querido M Curió está com a gente, também na foto seguinte...
O Mestre tanto insistiu (se despedindo, certamente... Pena...) que nós saímos de lá muito tarde, já com o Abrigo D. Pedro II [veja o lugar abaixo] fechado, depois de tê-lo levado para o leito et cetera. Lembro da sua fôrça, na mão, quando se despediu... Era hora de "maré-cheia", as ondas batiam na parêde atrás do ambiente onde estávamos... Tivemos que levá-lo para cima, para lugar mais sêco, dada a umidade reinante, prejudical a êle, que estava com uma pneumonia e uma febrícula, tenitentes, coitado... A sua fôrça na mão ao se despedir... Deus meu!... Nunca esqueci. Coisas dessa presença de espírito, bondade e memória, a gente não apaga jamais... Tive/tivemos o privilégio de ser/mos discípulos dessa personalidade taço especial, graças a Deus!»
M Angoleiro, 2013
[M Pastinha] foi enterrado no mesmo dia [13/11/1981] no Cemitério do Campo Santo e seu amigo Caribé pagou o funeral. Como rádio e televisão não ouviram de morte dele logo, só cerca de 40 pessoas attenderam o funeral: os velhos do Abrigo, alguns parentes, seus alunos e três mestres de capoeira Regional. A cidade de Salvador foi representado pelo Secretário de Saúde. Berimbau foi tocado dentro do cemitério como uma última homenagem e colocado na caixão de M Pastinha.
Assunção, 2005
«Quando ele morreu, mandaram um caixão de indigente. De indigente! Eu devolvi, cheguei na decorativa, tomei um caixão (que ele não merecia aquele caixão) e sentei no tabuleiro, paguei todo. Graças a Deus eu vendia acarajé. Isto que pagava a funerária.»
Maria Romélia (mulher de M Pastinha) no filme Pastinha! Uma vida pela capoeira, 1998